Aprender uma nova língua já na fase adulta, seja para se qualificar profissionalmente ou mesmo para satisfazer a vontade de entender um filme sem legendas ou cantarolar uma música estrangeira, é mais comum do que se pensa.
Quem garante isso é a professora de inglês Márcia Cristina Carvalho Garcia, que atualmente se dedica a aulas particulares especialmente para adultos, embora atenda adolescentes a partir dos 15 anos de idade. Mestre em Linguística Aplicada pela Unicamp, a professora, que também tem experiência acadêmica e já foi proprietária de escola de inglês, explica que as pessoas com idades a partir dos 30 anos têm maior dificuldade em aprender um novo idioma, e elenca que as maiores dificuldades estão na fala, em compreender o vocabulário, e também na timidez. Mas nenhum desses fatores é empecilho para, num prazo de 3 a 5 anos, falar inglês fluentemente. De acordo com Márcia Garcia, a dificuldade encontrada na fala pelos alunos a partir de 30 anos, se dá pelo fato de que para falar é preciso saber a estrutura gramatical, o vocabulário e a pronúncia correta.
Aliado a tudo isso, alguns ainda precisam vencer a timidez.
Entretanto, é preciso também avaliar que cada pessoa reage de uma forma, podendo alguns aprenderem mais rapidamente e outros mais lentamente. Isso, muitas vezes, está atrelado à maneira de como o indivíduo chegou até a aula: se foi por iniciativa própria, mesmo que seja por necessidade profissional, ou se chegou mediante exigência do empregador. Nesse sentido, aquele que procura um curso por estrita obrigação, deve tentar transformar a pressão em uma coisa boa.
A dica dada pela mestre é que “cada pessoa busque descobrir um ponto de interesse no idioma, como por exemplo entender uma série de TV, ou para entender e se fazer entender durante uma viagem internacional”. Com aulas individuais só aceita grupos quando os mesmos já chegam formados, Márcia Garcia destaca que a dificuldade não limita ninguém a aprender, e frisa que nunca é tarde para aprender uma nova língua, mas não esconde que é preciso dedicação dos estudos.
Ela mesma já deu aulas por três anos seguidos para um oficial reformado do Exército, que aos 79 anos buscou o aprendizado simplesmente por gostar da língua e por isso querer adquirir conhecimento para falar. Já com os mais jovens, o quadro é diferente, uma vez que a maioria está acostumada aos termos americanizados, além do que hoje em dia a globalização da informação por meio da internet proporciona maior acesso às informações.
Até mesmo por isso, ela defende que não é necessário impor o estudo de idioma para criança em seus primeiros anos de vida, a não ser que o pai trabalhe numa multinacional e possa ser transferido para outro país.
Com sua vasta experiência de 25 anos como professora, Márcia justifica essa sua tese por entender que para aprender um novo idioma, no caso o inglês, é preciso haver continuidade.
De acordo com ela, “se colocar uma criança com 3 anos de idade, ela terá que se manter sempre no estudo.
A vantagem disso é que, aprendendo com maior facilidade, tal criança falará sem sotaques, mas a desvantagem é que ficará por muitos anos”.
Além disso, a professora também reforça que não dá para desenvolver a fala fluente sem estudar a estrutura básica gramatical, o que se torna muito complicado para uma criança. Em seu ponto de vista, o ideal é que acriança seja matriculada a partir dos 11 anos de idade, sendo que ao chegar aos 17 já estará craque no domínio da língua.Jogos interativos
E foi pensando também nas crianças que Márcia Garcia desenvolveu quatro jogos visando a interação entre pais e filhos associada ao aprendizado do inglês. Os jogos, denominados Play To Learn, têm por objetivo tornar o aprendizado de inglês mais dinâmico e divertido, ensinando as estruturas básicas e o vocabulário da língua inglesa.
Esse texto foi publicado no Jornal Cruzeiro do Sul no dia 2 de fevereiro de 2014. E foi escrito por Adriane Mendes http://www.cruzeirodosul.inf.br/especiais/2014/idiomas/files/assets/basic-html/page3.html
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